Artur da Távola e Hindi Zahra como tratamento complementar para uma enxaqueca daquelas...
Hoje pela manhã, enquanto colocava algumas pendências em dia e tentava driblar uma enxaqueca bem chatinha, encontrei este link com uma pequena compilação de textos escritos por Artur da Távola (na verdade, tem um do Rubem Alves sobre ele, belíssimo).
"A grandeza do amor está na impossibilidade de sua catalogação, cristalização, definição, congelamento em fórmulas, formas e fôrmas. Ele é tão amplo, misterioso e profundo que sempre está além de onde o colocamos".
Me lembro do dia e da hora exata em que escutei INXS pela primeira vez. Voltávamos de um almoço de família, domingo final da tarde, por do sol p e r f e i t o e eu contando os minutos para chegar em casa e poder encontrar alguém por quem era apaixonada. Hoje, saindo do casamento lindo de uma amiga muito querida, tive a oportunidade de ver um por do sol fantástico enquanto seguia para um outro compromisso. Cansada pacas. Quase dormindo em pé. Aliás, em pé desde as 3 da manhã. Mas ver aquele laranja rosado no céu, por incrível que pareça, me fez voltar nesse dia em que me encantei com Need You Tonight e fiquei louca com essa banda. Creio que a nostalgia de hoje foi por lembrar desses almoços em família incríveis, com todos vivos e cheios de alegria. Teria adorado rever alguns sorrisos hoje.... Talvez não tenha sido o por do sol maravilhoso, tampouco casamento lindo. O peito apertou porque esta semana recebi uma mensagem da Lauris dizendo que havia pensado muito na Cris e eu fiquei com isso na cabeça. Somos tão parecidas, que quando vejo alguma foto minha, não tem como não lembrar dela... e nos últimos dias, com tudo que aconteceu na escola, eu me lembrei demais das conversas que tínhamos sobre empreendedorismo, coragem e determinação. Enfim. Dia de sentir saudades.
Em 2014, tive a oportunidade de assistir a uma apresentação do Al Firdaus Ensemble dentro da programação das Noches en los Jardines del Real Alcázar e fiquei simplesmente extasiada! Estava com minha grande amiga Elisa e Lourdes, minha tia e querida companheira de viagem. Foi simplesmente um daqueles momentos da nossa vida que jamais nos esqueceremos.
Para minha felicidade, encontrei este vídeo hoje no youtube. Ele traz uma das músicas que eles tocaram naquela noite. Trata-se de um poema do século 17, escrito em aljamiado, ou seja, em espanhol com a grafia em árabe.
Vejam que maravilha! Agora imaginem escutar ao vivo, nos jardins do Alcázar de uma das cidades que eu mais amo, Sevilha, e ao lado de pessoas mais do que queridas!
Esta época do ano, o coração aperta mais e eu já descobri por quê: é quando preparamos o espetáculo da escola e acessamos com muito mais frequência o material que trazemos a cada viagem à Andaluzia ~ livros, vídeos, cds, fotos, registros de todos os dias...
E essas recordações, somadas ao fato de que provavelmente só estaremos ali novamente no ano seguinte (Oxalá!), fazem com que a nostalgia tome conta em alguns momentos.
Nessas horas, lembro sempre do conceito de "entre-lugar", cunhado por Homi Bhabha, e sinto que alguma forma esta é a sina de todas as pessoas que escolheram este caminho: viver o flamenco em um local onde ele é considerado por muitos um simples bem de troca, enquanto espera pela chance de estar novamente no local onde é possível mergulhar nessa cultura de outra forma (ainda que em muitas ocasiões nossa presença mude sobremaneira a "idealizada" espontaneidade desta manifestação cultural e artística).
O preço que se paga por este amor é altíssimo, na vida pessoal, financeira e profissional. Mas enquanto a alegria em estar lá continuar me motivando a seguir em frente, não passa pela minha cabeça mudar os planos das próximas viagens.
En tu silencio ~ José Mercé y Vicente Amigo por Soleá
Sou incapaz de descrever a sensação que esta música, Gnossienne nº 1 (de Erik Satie) me desperta. Mas é a mesma sensação que tomou conta deste restinho de sábado. Resolvi registrar aqui no blog porque gostaria de deixar este 6 de junho guardado na memória. Me ocorreu que este texto fantástico de Raduan Nassar cairia bem por aqui... para desanuviar. :)
Aí pelas Três da Tarde
Raduan Nassar
(para José Carlos Abbate)
Nesta sala atulhada de mesas, máquinas e papéis, onde invejáveis escreventes dividiram entre si o bom senso do mundo, aplicando-se em idéias claras apesar do ruído e do mormaço, seguros ao se pronunciarem sobre problemas que afligem o homem moderno (espécie da qual você, milenarmente cansado, talvez se sinta um tanto excluído), largue tudo de repente sob os olhares a sua volta, componha uma cara de louco quieto e perigoso, faça os gestos mais calmos quanto os tais escribas mais severos, dê um largo "ciao" ao trabalho do dia, assim como quem se despede da vida, e surpreenda pouco mais tarde, com sua presença em hora tão insólita, os que estiveram em casa ocupados na limpeza dos armários, que você não sabia antes como era conduzida. Convém não responder aos olhares interrogativos, deixando crescer, por instantes, a intensa expectativa que se instala. Mas não exagere na medida e suba sem demora ao quarto, libertando aí os pés das meias e dos sapatos, tirando a roupa do corpo como se retirasse a importância das coisas, pondo-se enfim em vestes mínimas, quem sabe até em pêlo, mas sem ferir o decoro (o seu decoro, está claro), e aceitando ao mesmo tempo, como boa verdade provisória, toda mudança de comportamento. Feito um banhista incerto, assome em seguida no trampolim do patamar e avance dois passos como se fosse beirar um salto, silenciando de vez, embaixo, o surto abafado dos comentários. Nada de grandes lances. Desça, sem pressa, degrau por degrau, sendo tolerante com o espanto (coitados!) dos pobres familiares, que cobrem a boca com a mão enquanto se comprimem ao pé da escada. Passe por eles calado, circule pela casa toda como se andasse numa praia deserta (mas sempre com a mesma cara de louco ainda não precipitado) e se achegue depois, com cuidado e ternura, junto à rede languidamente envergada entre plantas lá no terraço. Largue-se nela como quem se larga na vida, e vá ao fundo nesse mergulho: cerre as abas da rede sobre os olhos e, com um impulso do pé (já não importa em que apoio), goze a fantasia de se sentir embalado pelo mundo.
Texto extraído do livro "Menina a caminho", Companhia das Letras - São Paulo, 1997. pág.71.
First Aid Kit é uma banda sueca formada por duas irmãs super novinhas, nascidas no início dos anos 1990.
Hoje foi dia de madrugar (ainda mais) e aproveitei para fazer algo que já tinha um tempo que eu não fazia que era buscar pro novos álbuns online para escutar enquanto trabalho. Este ganhou meu coração.
Confesso que o cenário ideal para ouvi-lo me parece outro: mala pronta, passagem em mãos e a promessa de duas semanas de férias incríveis em algum canto do planeta. :)
Na minha opinião existem dois tipos de viajantes:
os que viajam para fugir e os que viajam para buscar.
(Érico Veríssimo)
Ah, e o detalhe destes vestidos lindossssss de viver que elas usam na foto da capa do álbum! *-*
Esperei chegar junho para publicar esta música com Alceu Valença e participação (f a n t á s t i c a) da Orquestra Outro Preto! *-*
Talvez seja esta a época do ano que eu mais adoro aqui na capital federal... o clima é uma delícia, as noites são pura poesia e o melhor: é mês de São João! Quem não ama uma festa junina?
Na verdade, recomecei a dieta hoje e já estou aqui pensando em uma canjica, um pé-de-moleque e um milho cozido! Como não amar (e não engordar?) hehehehe!
Para completar a inspiração matinal, deixo guardadinha aqui na página esta frase linda da inspiradora Helen Keller, que li logo assim que acordei em uma página que sigo no FB (Café Filosófico):
"Lo que una vez disfrutamos, nunca lo perdemos. [...] Todo lo que amamos profundamente se convierte en parte de nosotros mismos."
"Aquilo que uma vez desfrutamos nunca mais perdemos. [...] Tudo o que amamos profundamente torna-se parte de nós mesmos."