Música composta em 1941, numa reunião na casa do pai do escritor Jorge Amado, coronel João Amado de Faria. Conforme depoimento do próprio Caymmi "no calor da festa, criei a canção sobre o tema de Mar Morto, romance de Jorge Amado sobre os mestres de saveiros" . Caymmi fez os primeiros versos "é doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar". Em seguida Jorge Amado compôs mais alguns versos "Nas ondas verdes do mar meu bem/ ele foi se afogar/ fez sua cama de noivo/ no colo de Iemanjá...". Chegou-se a fazer até uma espécie de concurso nessa reunião, onde também fizeram versos os escritores Érico Veríssimo, Clóvis Amorim e outros, mas prevaleceram os versos de Caymmi e Amado.
Na minha opinião, todas as versões para esta música são maravilhosas. Hoje, em especial, por ser 2 de fevereiro**, dia de Iemanjá, entrei no espírito navegante e escutei Caymmi desde cedo. Porém, publico aqui a gravação feita por Cesária Évora e Marisa Monte.
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
A noite que ele não veio foi
Foi de tristeza pra mim
Saveiro voltou sozinho
Triste noite foi pra mim
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
Saveiro partiu de noite foi
Madrugada não voltou
O marinheiro bonito
Sereia do mar levou
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
Nas ondas verdes do mar meu bem
Ele se foi a se afogar
Fez sua cama de noivo
No colo de Iemanjá
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
** Iemanjá, também conhecida como "Rainha do Mar" é um orixá africano, e faz parte da religião do candomblé e de outras religiões afro-brasileiras. O Dia de Iemanjá é a maior festa de Iemanjá, onde milhares de pessoas se vestem de branco e vão à praia depositar oferendas, como espelhos, jóias, comidas, perfumes e outras objetos. Inicialmente, o Dia de Iemanjá era comemorado em conjunto com a Igreja Católica, porque dia 2 de fevereiro também é dia de Nossa Senhora da Conceição. Porém, nos anos 60, houve uma reação da Igreja, que começou a considerar a celebração um culto pagão, e atualmente a data conta com devotos do candomblé e da umbanda, em sua maioria. Existe ainda uma ligação com o catolicismo, no entanto. O dia de Iemanjá é também o Dia de Nossa Senhora dos Navegantes, uma santa católica. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina ainda existe esse sincretismo entre Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes. No Rio de Janeiro Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora da Glória. (Fonte: http://www.calendarr.com/brasil/dia-de-iemanja/)
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