Em casa... (2)

Que mudanças internas vocês estão notando nos últimos dias? Fiquei pensando muito nisso desde a semana passada. Primeiramente, porque eu comecei a me perguntar que transformações essa crise mundial está provocando em mim. São várias as mudanças, desde a minha forma de valorizar o que realmente importa, passando por um amadurecimento financeiro e chegando na minha relação com parentes, pessoas que amo, pessoas com quem convivo, com a casa etc.


Imagino que este turbilhão esteja mexendo com praticamente todo mundo, sendo que cada pessoa está experimentando a situação de uma forma diferente. Fico sensibilizada com o cansaço de quem tem filhos e está precisando conciliar trabalho, tarefas de casa e essa demanda que os pequenos geram, especialmente os que estão em fase escolar. Tem também as pessoas que estão cortando um dobrado com seus companheiros/as, tem quem esteja se sentindo só, longe da família... com as pessoas que, assim como a gente, possuem um negócio próprio e estão diante de um cenário super incerto, sem saber até quando conseguirão se manter. Enfim, cada caso é um caso.

E o mais louco disso tudo é que boa parte dos desafios terão que ser enfrentados por cada um de nós, pois, por mais solidários que sejamos, há situações em que não conseguimos aliviar a pressão que outra pessoa está sentindo. Vamos fazendo como dá... semana passada confeccionei um kit de máscaras para doar a uma paciente oncológica que está iniciando seu tratamento agora. Tentei comprar de pequenas empresas, para dar um apoio, que neste momento é mais do que importante, fiz encomendas de congelados, orgânicos, mantive meus compromissos financeiros com pessoas que sei que precisam de seus pagamentos... tentei ajudar como deu. Enviei mensagem a pessoas que pareciam precisar de uma palavra de apoio, retomei contatos com amigas que eu não via há um bom tempo, para saber como elas estão... tenho procurado estar mais presente junto à minha família, meus gatinhos... Mas sei que é pouco. Neste momento, por incrível que pareça, tudo parece pouco.

É um momento único na nossa história recente e jamais passou pela minha cabeça a possibilidade de viver algo assim. Oscilo dias de otimismo, lucidez, paz interior e esperança com momentos de absoluta preocupação e inquietude. Quando isso acontece, me lembro de situações extremas que nossos antepassados e até mesmo contemporâneos viveram, como tempos de guerra, catástrofes naturais... e por incrível que pareça, elas encontraram forças para seguir em frente.

Então me sinto na obrigação de ficar forte, não somente por mim, mas pelas pessoas que amo e com quem desejo estar junto quando as coisas se acalmarem. Por incrível que pareça, a dança tem sido um ponto vital nessa história. Nos dias em que tudo parece mais complicado e a falta de um horizonte teima em me desanimar, eu piso no tabladinho que encomendei aqui pra casa, ou simplesmente me sento nele, abro as cortinas e me reconecto com essa força interior. Se eu coloco os sapatos de flamenco, pego minhas castanholas ou simplesmente deixo tocando uma música por aqui, a energia muda completamente!

Bailaora feliz com os pés arrebentados, como sempre hahaha!


Acredito que isso vai passar. Sairemos diferentes dessa tormenta? Algumas pessoas dizem que sim. Outras, duvidam. Quero crer que estamos aprendendo a ver a vida por um outro prisma, até então desconhecido. E que isso nos permitirá valorizar a vida de uma forma diferente daqui pra frente.

Aí vão duas músicas para acalmar o coração. A primeira, flamenco, eu coloquei em algumas aulas que gravei semana passada. É simplesmente maravilhosa!



E a outra é este mantra, que é um dos que eu mais escuto em casa, há pelo menos duas décadas... ele tem o poder de modificar a minha energia e a do local em que me encontrou quando eu o coloco para tocar. Para quem quiser conhecer um pouco do significado, sugiro a leitura deste post. Vale a pena!

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