O beijo libanês, o bolo amarelo e o outubro rosa



Esta música, aqui interpretada pela talentosa Montse Cortés acompanhada por Javier Limón, é uma famosa música (Bint Al Shalabia para uns, Kamtar zan shane para outros) já gravada por dezenas de artistas (seja apenas instrumental, cantada em árabe ou em outro idioma). É, digamos, um clássico da música oriental.

A escolhi porque, além de linda, é leve, tem um quê de feminina e achei que combinaria bem para abrir o mês de outubro, conhecido pela importante campanha de combate ao câncer de mama, e também para aproveitar o pretexto do título e passar a receita de um bolo tipicamente libanês que eu preparei para um encontro que tivemos na minha escola de dança semana passada e que agradou a muita gente!





Fiquei especialmente feliz porque o Sfouf (nome do bolo, em árabe), além de remeter às minhas origens, pode ser veganizado - assim como na receita que eu costumo preparar. Basta trocar o leite de vaca por qualquer outro leite vegetal. Eu já testei com leite de soja, de aveia, de arroz e de amêndoas. Sempre dá certo, embora o preparo com leite de soja exige que o bolo fique beeeeem assado para evitar que ele azede antes do tempo. Vide passo a passo ao final do post. 

Sobre a música, uma última informação. Ela faz parte do álbum Mujeres de Agua, produzido pelo próprio Javier Limón e é um tributo lindo de viver às mulheres iranianas que são proibidas de cantar em público e gravar discos. Mas tenho certeza de que um dia isso tudo muda! As pequenas grandes conquistas são celebradas por mulheres em todo o mundo, cada qual em intensidades diferentes, mas igualmente importantes.

Já que não dá para fazer um bolo ouvindo apenas uma única música, escolhi outras duas do mesmo álbum! Lindas, não?




Vamos à receita?

Sfouf 
(bolo libanês feito à base de cúrcuma)



Pre-aqueça o forno a 180ºC.

Em uma vasilha, misturar (primeiro os secos, depois acrescentar os ingredientes molhados):

- 300 g de farinha de trigo
- 100 g de semolina
- 225 g de açúcar
- 1 colher chá de cúrcuma (também conhecida como açafrão da terra, vende em qualquer supermercado, na prateleira de temperos)
- 2 colheres chá de fermento em pó
- 1 xícara e 1/2 de leite vegetal (pode usar um pouco menos e, se achar que a consistência está muito grossa, adicionar o restante paulatinamente)
- 1/3 xícara de óleo vegetal

Observações:
- há quem adicione mais cúrcuma à receita, vai do gosto de cada um.
- a maior parte das receitas que eu pesquisei incluem a erva-doce na massa (outra opção é aromatizar o leite com a erva doce e depois usá-lo na receita). Como eu não sou fã de erva-doce, eu faço o meu bolo sem.
- pode usar o leite de vaca normal, mas é que eu não compro aqui em casa.

Preparo:

Mexer com uma colher grande até a mistura ficar bastante homogênea. Passar a mistura para um tabuleiro untado e enfarinhado (as receitas originais sugerem untar com tahine e não enfarinham. Como eu uso um tabuleiro redondo de ferro fundido e esmaltado, eu não unto nem enfarinho). Como decoração, pode-se utilizar amêndoas sem pele, amêndoas em lasca, snoubar ou gergelim.

Levar para assar por aproximadamente 20 a 25 minutos, dependendo do forno.

Retirar do forno quando ele estiver bem moreninho por cima e, ao enfiar um garfo ou palito no centro do bolo, perceber que ele está sequinho.

Deixar esfriar antes de cortar (super importante para que ele não quebre). O formato do corte é aquele em losangos como na foto.


Esta foi o primeiro sfouf que eu fiz.
No dia em que preparei não tinha amêndoas, então usei gergelim por cima.





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