Rock, boatos e notícias desastradas


Faltando praticamente uma semana para o espetáculo da OF e a veia sociológica volta a pulsar com força enquanto observo com estarrecimento o surto coletivo que estamos vendo nos últimos dias nas redes sociais em virtude dos recentes acontecimentos. 

Qual a responsabilidade dos meios de comunicação na disseminação de tanto amargor? É muita responsabilidade. Pensem na quantidade de besteira sendo difundida e em como as pessoas que não se dão ao trabalho de pesquisar ou confirmar os boatos, no fim das contas, contribuem também para replicar desinformação.

Uma boa forma de evitar cair em certos contos do vigário é investir alguns minutos confirmando as notícias que lemos ou, ao menos, acessando diferentes portais de informação para observarmos os distintos tons que são dados na hora de divulgar os mais diversos acontecimentos.

“A mídia não cobre mais os acontecimentos. Ela gera versões e tenta transformá-las em verdade”, Laymert Garcia dos Santos (sociólogo)


Apenas acrescentando que, além de jornalistas sensacionalistas e medíocres, vários sites ainda ajudam a piorar as coisas ao compartilharem boatos e coisas afins que em nada ajudam o planeta. Pelo contrário, apenas aumentam o medo, o ódio e a intolerância.

Por falar em "notícias" atrapalhadas, aí vai um pouco de The Go Getters para embalar a leitura desta pequena matéria publicada pelo site boatos.org. Dá para termos uma ideia do grau de desinformação que vem sendo propagada mundo afora!!!

 

Despretensiosamente

Despretensiosamente, deixo aqui uma brevíssima reflexão sobre a vida em sociedade.


As pessoas tem sérios problemas para expressar suas opiniões.
As pessoas desejam a paz, mas destilam ódio e preconceito por meio de suas palavras e atitudes.
Colocar-se no lugar do outro parece ser algo que o ser humano desaprendeu.
Ao que tudo indica, quanto maior o medo, inversamente proporcional é a razão.
O mesmo vale para o bom senso. Este "filtro" parece ter sido desativado por boa parte das pessoas.
A imprensa elege quais sofrimentos são merecedores de cobertura em tempo real, embora todos eles sejam trágicos e lamentáveis.
A violência gera sim mais violência.
Parte considerável das mazelas do mundo é resultante de atitudes políticas desastrosas de longuíssima data, além de ciclos intermináveis de sofrimento e ódio que se retroalimentam por vias distintas, entre elas, fissuras sociais, jogos de poder, disputas geopolíticas etc.
Mas ainda assim parece ser mais cômodo acreditar que a "barbárie" existe graças às diferenças religiosas. Estranho vivermos em um mundo tão complexo cercados por gente com um pensamento muitas vezes tão linear, não?

 

Paixão de novembro, dias secos e planos em curso


E eis que enquanto a chuva não vem, a gente vive uma primavera atípica na capital federal. E não é que novembro acabou rendendo uma nova paixão musical? Lord Huron embalando planos em curso e novos projetos. Bons ventos soprando, após um inverno um tanto quanto exaustivo.

"O veneno da intriga, com seus deploráveis malefícios, passa bem longe de mim. É princípio entre os siameses. Todas as minhas ações são inspiradas pela sinceridade dos meus propósitos e pela gratidão que devo aos que me tratam bem." ~ Malba Tahan (Novas Lendas Orientais, p. 160)











Que seja infinito o que nos faz bem

Cada vez mais adepta do pensamento de que "menos é mais" e uma vida simples é exatamente o que eu desejo para mim.



Ontem, li um texto bem interessante chamado "Como consumir menos e praticar o Lowsumerism", que havia sido compartilhado na página "Um ano sem lixo", no Facebook, dica da querida Claudia.

Nem sabia que existia a expressão Lowsumerism, que remete a manifestação de uma "nova" consciência em relação ao consumo e que rejeita os excessos.

Normalmente espera-se que a gente tenha um emprego bacana, um imóvel legal, um carro do ano. Ah, e que tenha filhos rsrsrs. Mas quantas pessoas realmente, após batalharem anos a fio para criar essa imagem de sucesso, sentem-se realmente realizadas? Eu conheço poucas. Muito poucas, na verdade. A maioria está sempre reclamando, lamentando uma série de decisões que foram tomadas ao longo da vida e alegam que agora é tarde para dar um novo rumo a ela.

Isso, pra falar a verdade, sempre me deixou muito pra baixo. Ver pessoas perderem o brilho e a alegria e tornando-se burocratas insatisfeitos com seu trabalho, consumidores compulsivos ou torrarem dinheiro com coisas esdrúxulas apenas porque "podem" e "trabalharam muito" para merecer aquilo.

Ao longo de todos esses anos conciliando a duras penas duas atividades profissionais, a de socióloga que atua em pesquisas sobre políticas públicas e a de professora de dança flamenca (e sócia proprietária da OF), eu pude observar que muitas vezes as pessoas (eu também, em alguns casos) estão tão chateadas com o que elas fazem que encontram no consumo uma forma de compensação para tantas frustrações.

Daí entram num ciclo difícil de ser rompido: para sentirem que tanto sacrifício vale a pena, elas começam a consumir tudo que pudermos imaginar. "Presenteiam-se" com muitos presentes caros, restaurantes chiques (onde nem sempre a comida é tão boa, mas é phynna), viagens cada vez mais dispendiosas, roupas de grife e por aí vai. Mas para manter esse padrão de vida, quase sempre precisam trabalhar ainda mais e, como muita gente não trabalha com o que gosta verdadeiramente, elas vão ficando cada vez mais cansadas e desanimadas. E, infelizmente, sentem cada vez mais necessidade de consumir, pois esta é sua válvula de escape.

Há alguns anos, me propus o desafio de investir mais na qualidade de vida e menos na necessidade de provar que sou bem sucedida. 

Dei início ao processo de aprender a focar cada vez mais no que me faz feliz e menos no que as pessoas esperam de nós. E isso, em última instância, significa viver uma vida mais simples. Beeeem mais simples. Mas, apaixonante! 

Não sei até quando será possível manter este delicado equilíbrio entre fazer o que se ama e aceitar o fato de que, para isso, temos que assumir riscos maiores do ponto de vista emocional e financeiro. 

Consequentemente, a necessidade de planejamento e disciplina aumentam. Mas tem valido a pena e espero, de coração, que eu tenha saúde e determinação suficientes para não me abalar naqueles momentos em que a vida nos sacode tanto a ponto de querermos nos apegar a uma âncora que nos dê segurança.

Há algumas âncoras que nos prendem no mesmo lugar por todo o sempre e, na minha opinião, essa prisão - embora tenha seu lado bom - também nos apaga de várias maneiras.

Ontem, enquanto lia o texto sobre uma vida mais simples, me lembrei de Zugmunt Bauman quando fala sobre a dicotomia "segurança x liberdade". Este tema aparece em vários livros e entrevistas, mas selecionei este aqui para terminar o post. 

"Então, minhas conclusões são duas. Em primeiro lugar, você nunca encontrará uma solução perfeita do dilema entre segurança e liberdade. Sempre haverá muito de uma e muito pouco da outra, certo? E a segunda é que você nunca irá parar de procurar essa mina de ouro".



Ahhhhhh, como este é um blog de registros musicais, escolhi esta música de Alceu Valença tão e simplesmente por causa dessa frase linda:


"Tantos balanços de rede

No sonho de um sonhador"

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